Sunday 28 December 2008

...

observo...

coisas...

juntas...
soltas...

respiram...
li
vres...

sempre...
todas...

ou nenhuma...
aí percebo...

que:
nada...
sei...

ou:
tudo...
sei
...

o que...
será...

quase...
sempre...

já...
é.

Friday 26 December 2008






Sou como você me vê...
Posso ser leve como uma brisa
ou forte como uma ventania
Depende de quando e como
você me vê passar.

CoMo A àGuA nUm RiO eM dIfErEnTeS fOrMaS, eM cOnStAnTe MoViMeNtO

Ascendi o meu incenso favorito - Nag Champa - Algumas velas iluminavam meu quarto. Mergulhei em uma série de lembranças bonitas. O barulho da chuva lá fora - Adoro -. De repente... Tchanaaam! Me teletransportei! Sim. Estava então deitada em uma canoa entre as oNdAs do mar. Um mar IMENSO, um mar MAJESTOSO, contudo, um mar TRANQUILO. Calmo. Tranquilo. Calmo. Tranquilo. Uma imensa paz tomou conta de meu coração. Percebia o delicado movimento da àgua................................... As vezes gostaria poder ser como a àgua. Pq? A àgua escorre na tErRa, surge em uma fOnTe, corre o fluxo de um RiO, acolhe ViDaS, percorre cAmInHoS, se une ao mAr, evapora, passeia no CéU, descansa sob uma NúVeM, precipita, livre, em forma de cHuVa... por vezes desliza nas fOlHaS, nos cOrPos. Faz MúSiCa. Passeia dentro oRgAnIsMoS sedentos e DaNçA... dança... dança. Sabe ser FoRtE, quando precisa. Não tem FoRmA mas toma FoRmA. Se esconde em seus CaMiNhOs, mas nunca deixa de ser àGuA. Volta para de baixo da TeRrA, surge em uma fOnTe, corre o fluxo dos RiOs, transorma-se em MaR...
A
G
U
A

Monday 22 December 2008

criança que eu quero ser

Eu tinha entre quatro e seis anos, uma daquelas idades que a gente não sabe se viveu mesmo ou sonhou que viveu. O sobrado em Trento era enorme para aqueles minipassos. De antes desse tempo, só lembranças esfumaçadas, esparsas. Foi nessa cidade no Norte da Itália que as imagens fragmentadas do meus neurônios, ainda não muito unidos, começaram a virar filme, a ganhar algumas pequenas sequências, muito curtas mas já com falas e um enredo um pouco menos surreal que o de antes.

Do mingau do inconsciente pulou na minha cachola, um dia desses, uma nova memória daquele tempo, um momento de infantilidade meio mágica. Estávamos eu e meu irmão, que tem pouco menos que minha idade, cada um em sua cama coberto pelos lençóis, antes de dormir. Cada um na escuridão de sua cabaninha via um desenho animado diferente, que contava ao outro. Mas não havia televisão, nem livro com ilustrações, nem nada. A estória que assistíamos, rindo, naquela escuridão toda, ganhava vida projetada pelo maior talento de uma criança (de criança só?): a imaginação. O mágico dessa banalidade era que nós, naquele momento, não sabíamos o que era imaginar. Havia personagens caminhando no ar em frente ao meu irmão; não saíam de meus olhos, desabituados ainda a ver o que todos viam, as cores, as falas. Imaginar era existir, pensar era ver.

Eu não sou mais uma daquelas crianças. Eu quero ser. É a sabedoria dos loucos, dos sonhos, da imaginação infantil. Da trupe surrealista, um Breton, um Tzara, um Dali, por exemplo. Não uma nova forma de fazer arte, mas uma nova forma de fazer mundo, de ver mundo, de ser mundo. A sabedoria que tem visões no escuro.

A ignorância pode custar caro

A mulher escreve um bilhete para o marido:
"Amor, compra pra mim um anel de ouro ma..." e pára pensativa, "massiço, maciço ou massisso?"
Aí o marido chega e vê um bilhete:
"Amor, compra pra mim um anel de diamantes?"